Case iFood: como liderar em meio à crise

Case iFood: como a foodtech revolucionou o delivery e se tornou um serviço de utilidade pública, com Diego Barreto e Christiano Gomes
Para liderar em meio à crise, em um cenário de caos e aumento da concorrência, o iFood apostou em estratégias e ações simples e assertivas que contribuíram para a ampliação de suas operações. A foodtech revolucionou o delivery brasileiro e se tornou um serviço de utilidade pública em meio à maior crise humanitária das últimas décadas.
Convidamos Diego Barreto, VP de Finanças e Estratégia do iFood, para compartilhar dicas e insights estratégicos que fizeram a empresa alcançar o retorno positivo. Também contamos com a participação especial de Christiano Gomes, sócio do Aquila Group, no papel de especialista do case.
Você pode conferir os detalhes, alegrias e ciladas desse papo no episódio da semana do nosso podcast ‘Um Case pra Chamar de Seu’ - disponível em todas as plataformas digitais.
Ouça o episódio principal
O CASE IFOOD
Nascida em 2011, a empresa se chamava DiskCook e operava fora do mundo digital com um guia de cardápios impressos e uma central telefônica que recebia os pedidos. No ano seguinte, foram criados o site iFood e o aplicativo.
Durante os 10 últimos anos, o iFood cresceu exponencialmente, principalmente devido às fusões e investimentos de empresas e startups como Warehouse, Movile, Restaurante Web, SpoonRocket e Rapiddo.
Com mais de 1,5 milhões de downloads do app por mês, o iFood se tornou referência no mercado de delivery de alimentos na América Latina. Além do Brasil, a foodtech também está presente na Colômbia.
Em 2016, o iFood foi eleito a “melhor empresa do ano” pela Associação Brasileira de Online to Offline (O2O). Em 2020, foi o vencedor do Prêmio E-Commerce Brasil na categoria mercado, alimentos e bebidas. No mesmo ano, a startup recebeu o prêmio iBest na categoria melhor delivery do Brasil. Em pesquisa do Guia Folha de 2021, o iFood venceu a categoria melhores cupons de descontos e promoções.
Segundo dados da própria foodtech, a empresa passou de 20 milhões de pedidos por mês em 2019, para 60 milhões em 2021, um crescimento acelerado, resultado da ampliação das operações e inserção em outros mercados.
Mas, para Diego Barreto, VP de Finanças e Estratégia do iFood, a empresa não cresceu ainda mais devido à crise. “A crise não mudou a nossa curva de crescimento, ela a manteve. O grande ponto da crise é a mudança do nosso relacionamento com a sociedade, porque nos tornamos uma utilidade pública de um dia para o outro. Por isso, para nós, o capital humano é o que mais vale” afirma
Confira 4 passos práticos que ajudaram o iFood a se tornar referência das foodtechs na América Latina e aprenda como liderar em meio à crise com simplicidade e foco.
1- SIMPLIFICAR A GESTÃO ORGANIZACIONAL
Para liderar em meio à crise e obter sucesso tanto nos negócios como na gestão de pessoas, é fundamental simplificar processos, comunicações e estratégias.
“A melhor forma de fazer as coisas acontecerem é simplificar. Simplificar e trabalhar com pouca coisa na sua frente te permite focar e, quando você foca, você é mais profundo”, declara Diego Barreto.
Para ele, o excesso de informação, tanto na comunicação quanto na gestão, geram muita complexidade aos processos da empresa, desfavorecendo o crescimento e o progresso em tempos de crise.
Diante desse cenário, simplificar a gestão reduzindo burocracias que impedem a agilidade da empresa, dar autonomia aos colaboradores e descomplicar a tomada de decisão são estratégias essenciais para construir uma cultura organizacional mais humana e transparente.
2- SER EMPÁTICO COM A CADEIA
A empatia no ambiente de trabalho favorece o engajamento e produtividade dos funcionários e também o desempenho e crescimento da empresa.
Segundo a pesquisa americana The Businessolver® State of Workplace Empathy Study 2021, que avalia o estado da empatia no ambiente de trabalho, 84% dos CEOs e 70% dos funcionários entrevistados acreditam que a empatia contribui para melhores resultados de negócio.
Ainda segundo o estudo, para os CEOs, a empatia no local de trabalho tem potencial para melhorar o desempenho financeiro e crescimento dos negócios. Já os colaboradores relacionam a empatia ao aumento da motivação e da produtividade.
Para Diego, a empatia deve se estender ainda mais e permear toda a cadeia, alcançando não só as equipes, como também os parceiros, stakeholders, investidores e fornecedores. “A colaboração tem o poder de fazer a gente evoluir”, afirma.
3- CONSTRUIR UMA BASE SÓLIDA
“Não adianta olhar só para fora e ter uma equipe desmotivada dentro de casa. Você cria um império sem uma base, você não tem uma sustentação forte se só olhar para fora”, declara Christiano Gomes.
Ele defende a construção de uma base sólida para a cultura organizacional no que diz respeito ao recrutamento e seleção de colaboradores para compor os times. É fundamental criar um clima apropriado para trazer pessoas que deem match com os valores e crenças da empresa. “Não adianta você trazer uma pessoa que os valores não batem só porque o currículo é bom”, argumenta Christiano.
Portanto, para liderar em meio à crise, é crucial estar atento à gestão de pessoas e investir em estratégias de employee experience que favoreçam a construção de uma cultura organizacional sólida e forte.
LEIA MAIS: Employee Experience: 4 passos para colocar em prática e gerar impacto positivo na sua empresa
4- TER FOCO PARA LIDERAR EM MEIO À CRISE
“Foco não tem plural: as pessoas definem prioridades”, avalia Diego. Para ele, ter um único foco como objetivo claro é a chave para liderar em meio à crise e em qualquer período para alcançar resultados positivos.
É sobre ter uma prioridade e focar no cumprimento dela, porque ser muito bom nisso deixa o próximo passo mais fácil. “O dia em que você se torna muito bom em um negócio é mais fácil ir para o próximo. Não é bom, é muito bom!”, declara Diego.
Christiano concorda e acrescenta que, além de ter foco, é importante saber onde se está pisando. “Estar focado na execução não significa estar desatento com o que está acontecendo no mercado”, afirma.
Portanto, ter foco, seja ao analisar os números, se comunicar, definir frentes de atuação, entre outras ações, e mensurá-las é importante para ter um controle e entender se está no caminho certo ou se é preciso reavaliar o foco.
DICAS DO ESPECIALISTA
Christiano Gomes, sócio do Aquila Group, que participou como especialista do case iFood, compartilhou suas reflexões e percepções sobre cultura organizacional e liderança em tempos de crise.
Ele refletiu sobre a importância das relações com as pessoas que compõem as equipes nas organizações. Em meio à crise, ter os colaboradores certos na empresa, que sejam alinhados à cultura da organização, é crucial para superar e vencer os desafios.
“O futuro não é tecnológico, o futuro é humano”, apontou Christiano, ao destacar que a resposta para liderar em meio à crise é cuidar bem do humano.
“O humano sempre esteve presente aqui dentro. O iFood é uma empresa de empreendedores, por isso, para nós, o capital humano é o que mais vale e não a tecnologia, porque ela é produto do humano”, declara Diego.
Confira outras dicas e análises de Christiano Gomes e Diego Barreto no episódio bônus do ‘Um Case pra Chamar de Seu’ e fique por dentro dos bastidores do mundo corporativo.
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