Gestão de riscos: estratégias atuais para prevenir crises

Correr riscos é algo inerente à vida. A probabilidade de que um projeto, atividade ou iniciativa não obtenha o resultado esperado é um risco que corremos diariamente. No contexto corporativo não é diferente, empresas e negócios correm riscos com frequência e precisam estar preparados para isso.
Quando se fala em riscos e probabilidades negativas no cenário empresarial, o resultado sempre estará ligado à perda de dinheiro ou, até mesmo, à falência da empresa. Para evitar condições sérias como essas existe a gestão de riscos: um tipo de administração empresarial focada na redução do risco financeiro e na mitigação de crises.
Continue lendo e descubra quais são as principais estratégias atuais para prevenir crises e ter uma gestão de riscos com qualidade e assertividade.
O que é a gestão de riscos?
O trabalho que visa a reunião de ações estratégicas que identificam, mapeiam, controlam e previnem riscos é denominado gestão de riscos.
Esse tipo de gestão tem como foco a atuação preventiva de uma empresa, visando diminuir e erradicar perdas e prejuízos. Podemos citar, nesse sentido, os prejuízos materiais, financeiros e até mesmo pessoais. Uma gestão de riscos bem-feita faz com que seja possível diversas melhorias na organização.
Quais são as vantagens do gerenciamento de riscos?
- identifica oportunidades;
- diminui perdas;
- reduz os custos financeiros;
- melhora a administração;
- ajuda na tomada de decisão;
- melhora a eficácia operacional.
Quais são suas etapas?
Quando se fala em gestão de riscos, existem 6 etapas relacionadas a esse conceito. Confira:
1. Organização do ambiente
A primeira etapa da gestão de riscos é a organização do ambiente. Isso é feito a partir do levantamento e definição dos objetivos da empresa. Com o auxílio de ferramentas como a matriz SWOT, que permite identificar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do negócio, é possível realizar uma análise detalhada do ambiente, considerando características internas e externas.
A partir disso, os parâmetros para o gerenciamento de riscos são estabelecidos como, por exemplo, qual o nível de risco aceitável para a organização.
2. Identificação dos riscos
Após os objetivos estarem claros, é a hora de fazer a identificação dos riscos. Deve-se listar os eventos de risco que sejam ligados aos objetivos institucionais da empresa.
É recomendável que essa listagem seja estruturada em top-down, elencando os riscos do macro para o micro.
3. Análise dos riscos
Após essa definição, acontece a mensuração do risco, que faz uso dos cálculos de nível de risco. O primeiro cálculo é o do nível de risco bruto: que mede o impacto do risco anterior às medidas de controle.
O risco residual, por sua vez, é aquele que sobra após as medidas de controle do risco bruto existentes. Depois disso, os riscos devem ser colocados por ordem de importância de tratamento.
4. Avaliação dos riscos
Após a mensuração, o tratamento a ser dado a cada um dos riscos fica a critério dos gestores. Por exemplo, é possível aceitar, transferir, ou até mesmo mitigar riscos.
5. Tratamento dos riscos
Essa é a etapa de definição das estratégias que a empresa usará para lidar com os riscos mapeados. Além disso, deve-se determinar o prazo e eleger a pessoa responsável pelo tratamento dos riscos.
É importante ter calma e responsabilidade nesse estágio do processo, que é considerado um dos mais importantes da gestão de riscos.
6. Monitoramento dos riscos
Essa é a última fase do processo, onde se avalia tudo que foi feito, assim como a imperiosidade de atualizações. Aqui é o momento de fazer perguntas, analisar se as etapas anteriores estão corretas, entre outras ações estratégicas de avaliação.
É importante que a revisão da gestão de riscos seja realizada periodicamente, visando melhores resultados.
Qual a relação da gestão de riscos com a norma ISO 31000?
A norma ISO 31000:2018 de gestão de riscos foi divulgada pela International Standards Organization (ISO) em 2018. Essa versão atualizada da norma possui diretrizes de gerenciamento de riscos e chega para atualizar a sua versão anterior, de 2009.
O ISO 31000 é considerado um guia prático para ajudar empresas a melhorarem sua gestão de risco. O documento defende o líder como peça chave do processo de gestão de riscos e incentiva a integração total de toda a empresa nessa jornada.
Além disso, é crucial dar atenção especial à etapa de monitoramento de riscos, bem como ao papel de autoavaliação do processo de gestão de riscos das companhias.
O que é compliance e governança corporativa?
Afinal de contas, qual é a relação entre compliance e gestão de risco? E qual é o papel da governança corporativa nessa relação? A gestão de riscos, assim como a área de compliance, tem o objetivo de evitar ações de conduta inadequada, com o objetivo de assegurar comportamentos e práticas íntegras e dentro da legislação nas empresas.
As novas tecnologias, que surgem a todo momento, acabam criando ameaças ao gerenciamento de riscos e o compliance tem como objetivo manter as empresas operando corretamente no dia a dia, em conformidade com as leis, sem abrir mão da inovação.
É fácil perceber que os dois conceitos, apesar de parecerem diferentes, se relacionam. E, ainda nesse sentido, temos a governança corporativa, que é uma forma de regular a administração de uma empresa, de acordo com a legislação vigente.
Como aplicar a gestão de riscos e por que investir logo nessa ideia?
Agora que você sabe exatamente o que é gerencimento de riscos, vale a pena se planejar melhor para aplicar a gestão de riscos na prática. Uma organização, a priori, pode identificar seus riscos por meio de suas experiências e histórico interno, com a ajuda de uma consultoria formada por profissionais especializados e/ou por meio de uma pesquisa minuciosa com apoio externo (ou não).
É importante lembrar que o ambiente de risco está sempre mudando, portanto, esta aplicação deve ser revisada regularmente.
Se uma organização formalizar gradualmente seu processo de gerenciamento de riscos e desenvolver uma cultura de risco, ela se tornará mais resiliente e adaptável diante de mudanças. Isso também significará tomar decisões mais bem-fundamentadas, com base em um quadro completo do ambiente operacional da organização, e criar resultados financeiros mais sólidos em longo prazo.
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