Falta de mão de obra qualificada é o principal entrave no mercado de TI em Pernambuco

A falta de mão de obra qualificada é o principal entrave para o mercado de Tecnologia da Informação em Pernambuco. Como ensino das universidades no segmento não supre demandas do mercado, as empresas têm de investir na capacitação de seu pessoal, o que acarreta aumento dos custos de produtos e serviços.
As considerações são de Francisco Saboya, diretor presidente do Porto Digital; Luis Pinto, gerente Regional da Microsoft; e Sérgio Cavalcante, CEO do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar). Eles foram convidados do comitê de Tecnologia da Informação da Amcham-Recife, em 22/03, para debater as perspectivas para o mercado da TI em Pernambuco.
“Há dois anos fizemos uma pesquisa com 27 universidades, mostrando que 92% delas acreditavam que a formação dos profissionais era adequada para o mercado da TI”, diz Saboya. “Mas, ao falar com empresários do segmento, apenas 33% consideraram que recebiam pessoas qualificadas das universidades.”
O diretor presidente do Porto Digital alerta que essa diferença pode implicar na falta de competitividade das empresas locais. Ele calcula que as companhias precisam investir até R$ 16 mil em qualificação durante pouco mais de três meses para preparar adequadamente a mão de obra. “Esse valor entra no custo dos produtos e serviços dessas empresas”, analisa.
Sérgio Cavalcante, do Cesar, comenta que a competitividade das empresas de TI é importante, sobretudo porque a maioria da demanda para as companhias locais vem de fora de Pernambuco. “Quase 98% do faturamento do Cesar vem do Sul, do Sudeste e de fora do Brasil”, disse.
Especialidades
Na visão de Saboya, a maioria dos jovens na área de TI tem buscado especializações nas áreas de suporte e manutenção. “Essas são funções com baixa demanda no mercado. Essas pessoas não terão emprego”, avalia.
Luis Pinto, gerente regional da Microsoft, completa dizendo que as empresas necessitam profissionais de TI que se envolvam também com marketing, business intelligence e gestão. “O mercado demanda um profissional que use a tecnologia da informação aplicada estrategicamente ao negócio”, conclui.
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