Três orientações que toda liderança precisa ouvir para enfrentar os próximos anos

“O futuro chegou e novas formas de atuação do RH se fazem necessárias”, avalia João Senise, VP de Recursos Humanos do Carrefour
O início da pandemia causou uma densa disrupção na vida das pessoas em todo o mundo e fez com que as empresas intensificassem a transformação digital para dar continuidade aos negócios durante a crise. De acordo com um estudo desenvolvido pela Atos, o novo normal exigirá das companhias adaptação ao trabalho remoto e colaborativo, o investimento de cibersegurança e em outras tecnologias não tão conhecidas hoje.
Na área de Gestão de Pessoas, a transformação também trilhou um caminho sem volta e acelerou tendências do mercado de trabalho previstas para os próximos dez anos. Questões sociais e trabalhistas ganharam um espaço enorme na agenda, angústias humanas vieram à tona e a preocupação com o equilíbrio da vida pessoal e ambiente de trabalho aumentou, exigindo novas formas de lidar com a jornada do colaborador no dia a dia.
No futuro, se tem alguém que o CEO precisará andar de braços dados é o profissional de Recursos Humanos, que ganhou uma posição de destaque no meio de todas essas transformações. No último encontro do nosso Fórum de Gestão de Pessoas, realizado nos dias 27 e 28 de outubro, especialistas da área compartilharam tudo que as lideranças precisam saber antes de enfrentar os próximos anos.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL É CULTURA
Canais e ferramentas digitais formarão o centro de uma resposta eficaz a mudanças repentinas em qualquer lugar do planeta, mas, de acordo com o VP de Cultura e Gente da Stefanini, é preciso estar atento para investir nessa área apenas quando é bom para o negócio, não por modismo.
Além disso, um olhar mais atencioso para a transformação digital não significa que a liderança deve parar de olhar para as pessoas e para a própria companhia. “Transformação digital é uma transformação da cultura e quem muda a cultura são as pessoas que compõe uma empresa. Qualquer nova ferramenta precisa ser boa para o cliente, para a empresa e para o colaborador”, diz Rodrigo Padua.
TRANSIÇÃO NÃO É LINEAR
Vicky Bloch, Sócia da Vicky Bloch Associados, acredita que os líderes devem prestar atenção no momento em que o indivíduo deixa de fazer as coisas de determinada maneira para ir a um novo lugar. “Essa transição não é linear, e é dever da organização apoiar o tempo de cada pessoa para ajudá-la a criar esse cenário diferente. Estabelecer as regras do jogo cria uma certa segurança para que haja essa transição. O ser humano precisa saber onde está pisando para não enlouquecer”, afirma.
SOFT SKILLS NÃO SÃO LEVES
Em uma tradução literal do inglês, o termo soft skills seria entendido como habilidades leves. Porém, ao contrário do que muitos pensam, essas habilidades não têm nenhuma suavidade e estão relacionadas as competências socioemocionais de cada indivíduo. Ou seja, habilidades que permitem que pessoas gerenciam suas emoções, atinjam metas e objetivos, solucionem problemas e sejam responsáveis na tomada de decisão.
E são elas que, em momentos de crise, assumem o protagonismo. “Agora, mais do que nunca, o trabalho colaborativo deve ser valorizado e as habilidades precisam ser colocadas na frente para encontrar a melhor solução para o negócio”, avalia Eduardo Marques, Diretor de RH do Grupo Fleury, ressaltando também a importância de uma metodologia ágil de trabalho para estimular tais competências.
O QUE SÃO OS FÓRUNS?
São grandes encontros com conteúdo corporativo, focados na evolução e transformação das lideranças. Por ano, são quase de dois mil eventos realizados com 90 mil executivos participantes. Diante da atual situação com a COVID-19 no Brasil, transformamos os encontros presenciais em atividades digitais.
PARA QUEM SÃO E COMO FUNCIONAM?
Lideranças empresariais, autoridades, especialistas e imprensa. Todos interessados em acessar uma curadoria de tendências, perspectivas e análises mercadológicas. Para participar, confira o calendário da Amcham e se inscreva nas atividades.