Em 2022, a The Economist, uma das revistas mais reconhecidas internacionalmente, causou polêmica ao publicar uma edição com uma capa controversa: uma tesoura cortando as letras ESG. O argumento principal defendido era de que as mudanças climáticas seriam a principal preocupação dos investidores naquele momento, tirando o espaço e a importância que até então estavam sendo direcionados para o ESG.
Será que hoje, pouco mais de 12 meses depois da publicação da matéria "ESG: Três letras que não salvarão o planeta", podemos dizer que os argumentos se refletiram na prática? E a questão das mudanças climáticas segue sendo um aspecto relevante no âmbito da gestão estratégica dos negócios?
Neste artigo, vamos explicar a temática das mudanças climáticas e a sua relação com o ESG, além de abordar como a adoção de uma agenda ESG pode auxiliar nas iniciativas de proteção ambiental e sustentabilidade do seu negócio. Acompanhe!
O termo "mudanças climáticas" é utilizado para se referir às alterações no clima e os impactos que essas alterações causam no ecossistema. Nesse ponto, consideramos efeitos negativos na saúde humana, produção de alimentos, bem-estar dos animais e manutenção da flora.
Tecnicamente, a expressão diz respeito às alterações nos padrões climáticos com base nas alternâncias meteorológicas. É importante destacar que essas mudanças têm agentes causadores principais: os processos naturais e a ação do homem. Confira abaixo a distinção desses grupos:
Em se tratando de mudanças climáticas causadas pela ação do homem, existe um grande debate a respeito das condutas das empresas, afinal, elas são vistas como as principais responsáveis pelas causas que levam ao problema das alterações climáticas.
É claro que as empresas não são as únicas responsáveis e também não devem ser vistas como vilãs. Afinal, o desenvolvimento econômico e a evolução da sociedade dependem das iniciativas dessas organizações.
Porém, é preciso avaliar de que maneira as suas condutas afetam o meio ambiente negativamente e quais são as ações que podem ser adotadas a fim de minimizar esse impacto.
Antes de aprofundarmos esse debate, vamos listar as principais causas das mudanças climáticas para que você entenda a relação entre elas e as ações das empresas. Veja:
Essas são consideradas algumas das principais causas para as mudanças climáticas, gerando consequências que impactam no funcionamento adequado do ecossistema e efeitos significativos na sociedade.
Os efeitos das mudanças climáticas geram consequências ambientais e sociais. Inclusive, muitas delas já são observadas atualmente:
O grande problema das altas temperaturas é que elas podem causar períodos de secas e de muita chuva. Isso afeta consideravelmente a agricultura e, como consequência, a produção e distribuição de alimentos.
O estudo Aquecimento global e a nova geografia da produção agrícola no Brasil, produzido pela Embrapa em 2008, trouxe muitas previsões que estão se concretizando nos últimos anos. A maioria está atrelada às perdas na agricultura causadas pela falta de iniciativas de combate às mudanças climáticas.
As perdas e a redução nas safras afetam a população e as empresas de maneira geral, pois causam aumentos nos preços e impactos na economia. A seca também está vinculada à escassez de água e aumento de focos de incêndio. Nesse contexto, a indisponibilidade de recursos naturais afeta a economia, o custo de aquisição de matéria-prima e até o custo de produção dentro das indústrias.
É importante entender que todos esses fatores estão interligados, alguns de maneira mais direta e outros de forma indireta. Por isso, é importante que as empresas, as pessoas e a sociedade em geral invistam na conscientização e na adoção de boas práticas de combate aos efeitos das mudanças climáticas.
No âmbito empresarial, é totalmente viável contribuir para a redução de emissão de gases estufa e outros impulsionadores das mudanças climáticas. Exemplo disso são as diversas iniciativas reunidas na plataforma Brasil pelo Meio Ambiente, da Amcham em parceria com a Câmara Árabe-Brasileira e o ICC Brasil.
Juntos, os mais de 180 projetos inscritos na edição 2023 preservaram e reflorestaram 5 milhões de hectares, o equivalente a 4,5 milhões de campos de futebol; economizaram7.735,5 Gigawatt-hora, energia suficiente para abastecer o estado do Amazonas por um ano; e salvaram aproximadamente 75 mil aves e peixes aquáticos ao fazer o tratamento de 17,6 milhões de toneladas de resíduos.
Esses resultados podem ser alcançados por meio da implementação de boas práticas de sustentabilidade e do incentivo às políticas de conscientização. E é justamente nesse contexto que surge a adoção da agenda ESG.
A agenda ESG trata-se de um conjunto de objetivos e ações que demonstram como o negócio irá lidar com as questões ambientais, sociais e de governança. Um plano organizado desempenha um papel importante na gestão de empresas que desejam ter uma visão mais inovadora na sua relação com o meio ambiente.
Por meio dessa agenda, os gestores buscam estratégias que possam ser implementadas em três âmbitos do negócio: ambiental, social e de governança. O contexto de sustentabilidade está focado em:
As práticas ambientais que podem ser implementadas por meio da Agenda ESG incluem, entre outras iniciativas:
O ESG pode ser o caminho perfeito a ser trilhado pelas empresas que desejam adotar iniciativas sustentáveis. Além de cumprir a legislação e proteger o meio ambiente, elas contribuirão com ações globais de combate às mudanças climáticas.
Como você viu, as empresas têm à sua disposição ferramentas que podem (e devem) ser usadas em benefícios da proteção ambiental. Pequenas mudanças geram grandes impactos. Por isso, independentemente do porte ou segmento de atuação, vale a pena considerar a adoção de uma agenda ESG no seu negócio.
Gostou de conhecer mais sobre mudanças climáticas? Aproveite para conferir o material especial desenvolvido pela Amcham "Riscos ESG: identificando oportunidades, desafios e recursos" e descubra como a sua empresa pode se beneficiar de uma estratégia ESG.